Passo Fundo/RS: Tempo nublado
Carazinho/RS: Tempo nublado
Passo Fundo/RS: Tempo nublado
Carazinho/RS: Tempo nublado

Notícias

1 de outubro de 2022

A reflexão de João

João era um homem bastante comum, com uma vida bastante tradicional. Todos os dias da semana ele acordava no mesmo horário e ia para o trabalho de ônibus. Ao meio dia João almoçava no refeitório da empresa -que oferecia o mesmo padrão de comida há anos- rolando o feed das suas redes sociais para ver o que os outros faziam com as suas vidas. Quando saía do trabalho estava tão cansado que mal conseguia pensar em outra coisa que não fosse a sua cama. Habitualmente deitava-se no mesmo horário e nos finais de semana encontrava os amigos para passar o tempo. Certo dia, João se deu conta de que os anos estavam passando depressa, os dias eram curtos e mal acreditava na idade que já tinha.

Por que isso estava acontecendo: O homem com cerca de 40 anos lembrava que quando criança, um ano passava lentamente, de uma natal até o outro parecia uma eternidade, lembrou que brincava na rua com seus amigos e um dia oferecia a oportunidade de diversas brincadeiras diferentes. O que estava acontecendo nos dias de hoje?

Certo dia, em uma conversa com os amigos, João se deu conta de que estes tinham a mesma impressão sobre o tempo. Foi aí que se deu conta, que tanto ele quanto os amigos, tinham pouca diferença no que faziam com seu dia-a-dia. Quando João acordava já estava com o pensamento nas tarefas do trabalho, quando estava no trabalho ficava se perguntando o que teria no almoço, no horário do almoço pensava em tudo o que faria no período da tarde e assim sucessivamente até chegar quinta ou sexta-feira, que eram os dias que ele só pensava no fim de semana, e enquanto estava no fim de semana a segunda-feira o assombrava. Iria começar tudo de novo. E este ciclo se repetia uniformemente engolindo inúmeros anos de vida do rapaz.

De uma coisa ele estava certo, não queria mais repetir a frase: “O tempo está voando”. Ele se deu conta de que nunca estava presente no que fazia, sofria por antecipação e procurava pequenos vícios para aliviar seu estresse e cansaço. Ele se deu conta de que não vivia uma vida de verdade.

A partir daquele dia, João começou a ir ao trabalho caminhando, todos os dias escolhia um caminho diferente, aí ele percebeu que não levava tanto tempo cronológico para chegar ao seu destino a pé, mas que o tempo se triplicava com tudo o que ele vivenciava pelo caminho. Ele trocou o horário de algumas atividades, parou de usar o celular na mesa do almoço e começou a se dedicar em prol da vida realmente vivida. Acordava mais cedo, mas não sentia o cansaço de antes após o trabalho. Foi então que decidiu ingressar em um grupo de escotismo. Seus finais de semana não eram mais iguais, em alguns finais de semana o grupo combinava uma trilha, outro final de semana um acampamento. Seus velhos encontros -com as conversas de sempre originárias de uma mente embriagada- começaram a ser mais raros.

Tudo o que João fazia de diferente transformava sua vida em algum aspecto, seus contatos deram a ele a oportunidade de um novo emprego, logo, seu apartamento passou a ser distante, por isso escolhera se mudar. Ele se deu por conta de que estava presente dentro das suas próprias escolhas e estava feliz.

De tudo o que aconteceu na vida de João, restou uma reflexão: Quem vive esperando algo, está antecipando a própria morte. Os anos vão passar tão rápido que você vai se dar conta de que o amanhã sempre foi uma ilusão.

Utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência, de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.
Permitir