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Notícias

7 de outubro de 2022

As armadilhas do ego

Desde que aprendemos a conhecer o mundo em que vivemos, fomos ouvindo histórias. Histórias que nos contaram sobre o lugar onde moramos, a família em que nascemos e aquilo que somos ou deveríamos ser. Desde que aprendemos a conhecer o mundo, fomos aprendendo a decifrar a vida com os olhos daqueles que já estavam aqui. Aprendemos que o pássaro se chama pássaro, que ele voa e que ele canta, aprendemos que existem milhares de espécies de flores, com suas cores e com seus aromas.

Normalmente, não nos é dada a chance de experimentar o novo sem algum rótulo que já foi destinado a ele. E no momento que aprendemos a nos identificar com estes rótulos, aprendemos também a palavra EU e a palavra MEU. Ao mesmo tempo que você percebeu quem era o EU você passou a se identificar com o MEU.

Em frente ao espelho você percebeu: Meu cabelo, meu corpo, meu jeito. Ouvindo do outro você compreendeu: Meu nome, meus brinquedos, minha família. Desde muito cedo você relacionou quem você era ao que você possui e essa é a armadilha do EGO.

Freud, pai da psicanálise, desconstruiu o indivíduo para que pudéssemos compreender nosso próprio comportamento e nossa interação com o mundo e com os outros indivíduos. Essa desconstrução organiza o lado ético/racional, a mente que deduz o que somos e aquilo que faz parte do nosso instinto animal. Respectivamente foi atribuída a nomenclatura de SUPEREGO, EGO e ID. É importante que saibamos que ninguém se liberta daquilo que é para alcançar o que deseja ser. Devemos compreender a natureza daquilo que somos para que possamos nos conhecer, nos acolher e ressignificar.

O EGO está totalmente relacionado aquela criança que começou a conhecer o mundo através das histórias que iam sendo contadas. Nos contaram o que é bonito e o que é feio, nos contaram que existe o rico e existe o pobre, nos contaram que temos um nome e um sobrenome, uma casa e uma família que serve como o encaixe perfeito para ser quem somos. Mas entenda, todas essas histórias que foram sendo contadas a você e tudo o que você experimentou ficou armazenado na sua mente. Todo minuto vivido é transformado em dados computados pela mente. Por mais que você não lembre de tudo o que já viveu, tudo continua vivo aí dentro.

Se pensarmos que nossa maquininha de produzir conclusões (a mente) não para nem enquanto dormimos, então vamos ter a nítida compreensão de que ela é sobrecarregada e bagunçada. E é exatamente isso o que ela é. Você ainda tem a mesma necessidade de quando era pequeninho de se reconhecer no mundo através daquilo que tem e daquilo que dizem que você é, e reconhece os outros dessa mesma forma. A boa notícia é que você não é diferente dos demais por agir assim e a má notícia é que você vive muitas mentiras.

Muitas linhas terapêuticas hoje em dia trabalham com a necessidade de organizar a mente (ou o EGO), pois uma mente muito identificada com aquilo que é material é uma mente que produz ansiedade, depressão e estresse. Não existe como se libertar do EGO, ou seja, dessa identificação com tudo o que conhecemos do mundo, mas podemos sim, organizar a casinha dos pensamentos.

Lembre-se sempre que você não é aquilo que tem, você não é aquilo os outros pensam sobre você, não é aquilo que pensa e que o universo não necessita atender as expectativas do que você acredita que ele seja. Tranquilize a sua mente!

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