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Prefeito Sérgio Lasch, presidente do CPM, Marina Vergutz, e presidente do Legislativo, Arilucia Simon

30 de novembro de 2022

Comunidade de Linha Glória luta para manter escola aberta

Prefeito Sérgio Lasch, presidente do CPM, Marina Vergutz, e presidente do Legislativo, Arilucia Simon
Por Helaine Gnoato Zart/A Folha

O estudo por parte da Secretaria de Educação de Lagoa dos Três Cantos indicando a inviabilidade econômica e pedagógica da Escola Municipal Dona Leopoldina acendeu a indignação da comunidade de Linha Glória. A notícia foi dada aos pais no dia 18 de novembro, em reunião na escola.

Atendendo pedido do Círculo de Pais e Mestres (CPM), o prefeito Sérgio Lasch se fez presente em uma audiência pública que foi realizada na noite de terça-feira (29/11) na localidade, a reunião contou com a presença de cerca de 90 pessoas, alunos, familiares, ex-alunos, enfim, moradores e pessoas que defendem a manutenção da escola.

Na noite anterior já havia ocorrido reunião entre pais, Executivo Municipal e alguns membros do Conselho Municipal de Educação, momento este em que escutaram da presidente que o órgão não tem o dever de ouvir os pais, nem criar esses momentos. Inconformados, pediram a audiência pública para manifestar o sentimento da comunidade, ouvir a posição do prefeito e saber qual o parâmetro utilizado para o parecer de fechamento da escola.

Os povoados foram o centro econômico e de convívio comunitário nesta região, na época da colonização. Com o desenvolvimento das cidades, os povoados perderam lojas de comércio, sapatarias, moinho, ferraria. No entanto, o centro de convívio ao redor da igreja, salões e escolas mantiveram os moradores unidos como comunidade.

Muito mais que ligados afetivamente à suas instituições, as comunidades do interior guardam o vínculo com a origem de cada uma das pessoas que nasceram nestes lugares.

A possibilidade de fechamento da escola pelo município mexeu com esse vínculo e gerou reações. A comunidade de Linha Glória não quer que a prefeitura feche a escola.

Não participaram da audiência nenhuma Autoridade relacionada a Educação, o que gerou desalento entre os pais e a comunidade, tendo em vista que foram convocadas assim como as demais Autoridades que ali estavam.

“O fechamento de uma escola gera sentimento de tristeza, impotência e desvalorização do lugar e, até mesmo, a perda da dignidade da comunidade que sempre esteve envolvida apoiando as ações da escola, que não se restringe apenas ao processo de educação, representa um ponto de articulação e envolvimento comunitário”, defende o documento do CPM.

Segundo o prefeito, o Conselho Municipal de Educação trabalha com dados técnicos e orientação jurídica e depois de duas reuniões, não haveria necessidade de se fazer presente na audiência pública.

—Temos o estudo da aprendizagem entre as duas escolas municipais em que o mesmo material pedagógico apresenta resultados diferentes dos alunos, com menor desempenho da Dona Leopoldina—, declarou o prefeito.

De acordo com Sérgio Lasch, a escola trabalhou com 16 alunos e hoje conta com 14 matriculados para o próximo ano, com turma de apenas dois alunos. O relatório aponta o custo da escola por alunos e o desempenho como justificativa para o fechamento.

—A partir do próximo ano, a nota dos alunos também vai trazer retorno financeiro para o município, mas nossa preocupação não é só essa, é que os alunos estejam preparados—, disse Lasch.

A presidente da Câmara de vereadores, ao ser questionada sobre aposição, respondeu que “não é alçada dos vereadores a decisão sobre fechamento de uma escola”.

Dada a palavra aos participantes da audiência, falou a representante da professora Sinésia Bohn, que foi uma das pioneiras:

—Trago a mensagem da minha mãe que está com 85 anos. Ela se solidariza com todos os moradores e considera que não se fecha escola, mesmo que tenha apenas um aluno a escola vale a pena porque faz a diferença na vida daquela pessoa. Ensino custa muito, mas experimenta a ignorância para ver o estrago que faz em muitas gerações—, defendeu Cristina Zanoni em nome da professora Sinésia.

Comunidade reunida quer a prefeitura mantenha a escola Dona Leopoldina funcionando

Moradores relataram o trabalho voluntário da comunidade em favor da escola desde sempre. Os pais e moradores foram se manifestando, argumentando a importância de deixar as crianças estudando na localidade e pela busca de entendimento para esta finalidade. Defendem que tem forma de melhorar a aprendizagem, que já foi boa e não pode ser avaliada com um único ano de resultado. Também apontam sugestões para reduzir os custos, como nomear uma diretora que também vá para a sala de aula, já que a atual só faz 16h na escola, além de uma professora que está lançada como despesa integral e atua parcialmente.

A decisão pelo fechamento ainda não está tomada, garantiu o prefeito Sérgio Lasch, e a comunidade permanece mobilizada e trabalha com um abaixo assinado.

A Escola Municipal Dona Leopoldina existe desde o ano de 1956 e Linha Glória é um povoado centenário.

Foto divulgação

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