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Notícias

24 de dezembro de 2022

Levante a mão sem pensar

Era uma noite tradicional na faculdade e estávamos na aula de Ética, o que significava que eu já chegava sedenta por conhecimento. Sempre adorei as matérias que analisam o comportamento humano. Mas eu não sabia que aquela aula, ou melhor, aquele momento específico, ficaria gravado na minha memória para sempre.

Essa aula, sem dúvida, era a que eu tinha mais colegas -não conhecia ninguém-, uma sala com uma grande variedade de fisionomias e pensamentos, mas pouco participativa. De todas as pessoas que estavam lá, eu só lembro de uma colega — que sentava bem na frente — ela caminhava com a ajuda de muletas e também tinha dificuldade na fala.

Foi então que, ao ingressar em um novo assunto, o professor fez uma pergunta simples para a turma:

- Quem aqui se considera feliz?

Eu estava sentada na parte central da sala, e aquela cena ainda está viva na minha memória. A única pessoa que levantou a mão sem pensar, em uma sala com 70 pessoas, foi a colega com deficiência. Os outros que levantaram a mão, levaram alguns instantes para se manifestar, inclusive eu. Mas ela não, ao terminar a pergunta, ela levantou a mão bem alto e assim permaneceu convicta. Eu aprendi muitas coisas na disciplina de Ética, mas isto me faz pensar até hoje.

Da onde vem a nossa insatisfação?

Aprendemos com o budismo que toda insatisfação se chama Dukkha e com o hinduísmo que toda a insatisfação está relacionada a Maya. O que as doutrinas orientais querem explanar é que, todo e qualquer motivo que você possa criar para alegar que não é feliz é uma ilusão.

Estamos todos cobertos com o véu de Maya, o que significa que, deixamos os problemas crescerem e criarem uma proporção irracional, enquanto que pessoas, como a minha ex-colega, conseguem perceber que, vencer as suas limitações e estar em uma sala de aula aprendendo é motivo suficiente para sentir a felicidade verdadeira.

Quando acreditar que a felicidade está nos bens materiais, a vida te mostrará problemas relacionados a eles. Quando acreditar que a felicidade está na sua aparência, a vida te mostrará imperfeições. Quando acreditar que a felicidade está no seu círculo de amizades, a vida vai te entregar desilusão. Quando acreditar que a felicidade está na sua disposição física e aptidão, simplesmente, a vida irá querer te provar o equívoco.

PERCEBA OS Is: Impermanência (nada dura para sempre), Insatisfação (ilusão), Insubstancialidade (não existimos à parte). E VIVA A VERDADE: Concentração (naquilo que importa), Moralidade (para beneficiar o todo) e Sabedoria (para empregar o conhecimento).

A vida CONVIDA: Enxergue o que realmente importa. Perceba que nada existe à parte. Seja feliz com quem você é e onde você está. O momento é o AGORA.

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