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29 de janeiro de 2023
Ivermectina
Por Martin Portner
Dona Tereza tinha vindo consultar por causa de fraqueza. Disse que já imaginava que o diagnóstico seria de anemia.
Quando retornou com os exames, eu assegurei que não havia nada de errado. A anemia estava descartada.
– O doutor tem certeza?
– Sim. Veja, a contagem de glóbulos vermelhos é mais do que boa; e os níveis de ferro no sangue estão adequados. Seu cansaço deve ser uma reação pelo forte calor. Sabe como é o mês de janeiro…
– Bem, uma coisa é certa, vou seguir comendo meus bifes de fígado, já que eles contêm ferro e vitaminas do complexo B que combatem a anemia…
Antes que eu pudesse responder, ela levantou e disse:
– Na dúvida, vamos errar pelo excesso de cuidado, e até mais ver doutor…
Pensei nela quando analisei a questão do uso da ivermectina para ajudar no tratamento da Covid. Um experimento singular foi realizado na cidade de Itajaí, no litoral catarinense. Ela acomoda um grande porto, o que faz com que o tráfego de marinheiros seja enorme. Foi a primeira cidade a alcançar mil pessoas falecidas de Covid-19 já em 2020.
Muitos dos cidadãos passaram a utilizar ivermectina como forma de prevenir a doença. Depois, essas pessoas foram comparadas com aquelas que não a haviam tomado. Os resultados foram computados e publicados em um conceituado jornal científico.
Entre as pessoas que fizeram o uso profilático do medicamento, a hospitalização caiu em 100%, a mortalidade foi reduzida em 92% e o risco de morrer por Covid diminuiu em 86%. Que números!
Em 2022, quando dona Tereza veio consultar, tendo sintomas de gripe e um resultado positivo para Covid, ela me perguntou se eu recomendava o uso da ivermectina. Antes que eu pudesse responder, como de hábito, ela disparou:
– Doutor, fique tranquilo eu já venho tomando. Sabe como é né, na dúvida…
Mais tarde eu saberia que apesar de ela já ter uma certa idade, a gripe não passou de cinco dias, sem febre, mal-estar ou tosse.
O que se acredita é que esse medicamento impede com que o coronavírus vire a chave na fechadura para entrar nas células humanas. Ele fica na porta, tentando entrar. Com este vacilo, nossas células imunes chegam à volta e o eliminam.
Depois de ler todos os estudos realizados até aqui, minha conclusão é que Tereza tem razão. Na dúvida, nada de vacilar. Melhor errar pelo excesso de cuidado.
TAGS: ivermectina, Dr Martin Neurologista, covid, anemia