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Notícias

3 de fevereiro de 2023

Produtores de NMT mobilizados para pedir decreto de emergência

Por Redação A Folha

O Agricultor Airton Bartz contabiliza perdas imensas em suas lavouras

—A perda chegou a 70% no milho.

Esse é o relato do agricultor Airton Bartz, de Arroio Bonito. Mesmo com índices assim, sua safra será melhor que no ano anterior, quando chegou a 90% de perda no milho, a estiagem atingiu sua propriedade mais cedo no ano anterior, não permitindo crescimento adequado.

A realidade não é exclusiva ou pontual, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Maiquel Jungues. Dos 250 produtores associados de Não-Me-Toque, 100 registram perdas nas lavouras.

Disparidade de chuvas

Um aspecto que se destaca quando abordamos índices pluviométricos está na variabilidade dos índices de chuvas.

—Na semana anterior havia uma expectativa de voltar a chuva e termos perdas de 20% no máximo. A chuvas ocorreu na quinta-feira, em São José do Centro teve 30mm, em São João do Gramado, uma propriedade marcou 40mm. Mas a um quilometro desses marcos, não choveu—, relata Jungues.

Entre essas propriedades que não obtiveram bons índices de chuva está a de Bartz, na área em que plantou soja, a perda já está chegando a níveis comprometedores (conforme pode-se ver nas fotos da galeria abaixo).

—O que eu plantei cedo, passando do canivete está bem ruim. Se não chover até este fim de semana, minhas perdas podem chegar a 70%—, relata com preocupação o agricultor.

Airton conta que sua lavoura de milho possui financiamento, mas a soja não, e o investimento de plantio gira em torno de R$ 100 mil.

A semana anterior registrou máximas de 38 graus em vários dias, temperatura que foi o estopim para alavancar a perdas na produção. Ao longo dessa semana, não foi muito diferente, abrimos a segunda com máximas de 37 graus, o pico mais alto foi registrado na quarta-feira, 39 graus.

Uma alternativa para manter uma margem razoável de produção está nas lavouras irrigadas, mas até mesmo quem possui pivôs está enfrentando baixos níveis de água. Já os demais que poderiam implementar enfrentam outros problemas como a falta de volume de água dos rios que passam por NMT.

A iniciativa do governo estadual que previa a construção de microaçudes nas propriedades não teve o efeito esperado. No ano passado, 12 produtores manifestaram interesse, desses apenas um foi construído, os demais não puderam devido a entraves técnicos.

Decreto de estiagem

Mas com toda a estiagem, e a prospecção de uma safra ruim, por que as tratativas de um decreto de emergência ainda não havia se consolidado? Devido à expectativa de chuvas, responde Maiquel.

Maiquel Jungues é o presidente do STR e relata que um grande número de produtores enfrenta dificuldades

—Até o dia 24 de janeiro não havia pressão em cima dos agentes públicos pois havia uma expectativa de voltar a chuva e ter perdas de 20% a 25% no máximo. Nesta semana, começamos a negociar com o Executivo Municipal para um decreto de emergência.

O presidente do STR ainda relata que na sexta-feira (27/1) foi realizado uma reunião com o Ministério da Agricultura em Brasília, para entrega da pauta dando assim o pontapé inicial na busca de recursos para ajudar os municípios com decreto de emergência.

Situação financeira

Mais um ano, e o padrão se repete, com perdas nas duas safras de verão. Em outras épocas ocorria quebra em uma, e safra cheia na outra. Com uma situação assim, as finanças dos agricultores ficam ainda mais incertas que o normal. Para muitos, os gastos básicos são cobertos pela aposentadoria.

E se está difícil manter a casa em ordem, imagina investir em novos maquinários. Esta possibilidade cai ainda mais.

 

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