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Foto: Diogo Zanatta/Especial GZH.

1 de março de 2023

Empresários e organizações se unem em prol da inovação em Passo Fundo

Um moinho desativado em pleno centro de Passo Fundo irá se tornar celeiro da modernidade empreendedora da região. Inspirado na atuação dos institutos Caldeira, de Porto Alegre, e Hélice, da Serra, um grupo de empresários locais adquiriu o prédio para transformá-lo em um centro irradiador de inovação corporativa.

A iniciativa é do Instituto Aliança Empresarial, entidade fundada em 2020 como hub universitário para negócios de tecnologia e que agora agrega alguma das maiores empresas do norte do Rio Grande do Sul. Vinte e uma companhias fazem parte do Aliança, somando faturamento de R$ 21 bilhões somente no conselho de administração.

O grupo aportou R$ 7 milhões na aquisição e reforma do moinho, um prédio de três andares e 1.232 metros quadrados erguido em 1939. A previsão é de que as obras estejam concluídas até o final do ano, com preservação de peças remanescentes do maquinário moageiro. As atividades começam logo após a inauguração, com a entrada em operação das primeiras seis startups acolhidas pelo Aliança. Um fundo inicial com R$ 5 milhões foi criado para acelerar os novos negócios.

— Temos parceria com a Bossa Nova Investimentos para identificar startups com potencial de crescimento e estamos criando uma empresa semelhante para fazer nossa própria garimpagem. Queremos incentivar os empreendedores locais — explica o presidente do Instituto, Antônio Roso, dono da Metasa.

O Aliança nasceu na mesa de reuniões do escritório de Roso, em Passo Fundo, por estímulo da empresária Márcia Capellari. Especialista em inovação com impacto social, Márcia idealizou o instituto com foco em incremento nas relações comerciais e no desenvolvimento social.

— Atuamos com dois temas. Um é a inovação aberta, para que as empresas possam trocar ideias e construir programas, em um ganha-ganha de projetos de inovação e transformação de modelo de negócios. O outro é o impacto social, utilizando leis de incentivo fiscal e o apoio dos empresários para olhar a educação e o empreendedorismo de mulheres na periferia — afirma a diretora-institucional do Aliança.

Nesse escopo, ganharão incentivos um núcleo de fomento à governança ambiental, social e corporativa (ESG) e de trabalho feminino. Já estão em andamento projetos visando a produção de plantas frutíferas nativas da região e a criação, por uma cooperativa de costureiras, de ecobags a partir da reutilização de uniformes industriais.

— O objeto é fortalecer o estímulo a uma inovação que seja transversal, englobando toda a cadeia produtiva — resume Erasmo Battistella, presidente da BSBios, fábrica de biodiesel que sozinha responde por 21,89% do PIB de Passo Fundo.

Parque científico e tecnológico na UPF

Foto: Diogo Zanatta/Especial GZH.

Não é de hoje, porém, que a inovação pauta as preocupações empresariais na região. Há 10 anos, a Universidade de Passo Fundo (UPF) mantém um parque científico e tecnológico no campus central da instituição. Com três módulos e 4 mil metros quadrados de área, o espaço abriga 17 startups e tem 43 empresas associadas.

Uma das maiores produtoras de máquinas agrícolas do país, a Stara foi uma das primeiras companhias a buscar soluções tecnológicas na UPF. Chegou com quatro estagiários e hoje mantém 30 colaboradores dentro do parque, onde aloca toda sua equipe de engenharia de softwares.

Com 10 programas de inovação em desenvolvimento, a universidade foca em indústria criativa, saúde digital e agrobusiness, servindo como aceleradora de negócios, incubadora empresarial e coworking.

É aqui que a gente entrega a conexão efetiva das startups e do mundo acadêmico com o mercado corporativo. Isso é estratégico para a sobrevivência de qualquer empresa em qualquer cenário.

CASSIANE CHAIS

Diretora de estratégia e relacionamento com o mercado do parque

Uma das iniciativas consideradas mais promissoras é o retinógrafo portátil de baixo custo. Desenvolvido pela oftalmologista Daniela Higuchi em uma startup criada junto com alunos dentro do parque, o equipamento usado na triagem de doenças oculares tem a mesma eficiência e custo 15 vezes menor do que os similares tradicionais. A invenção obteve registro de patente no final de 2022 e está inscrita para seleção no South Summit2023.

O próximo passo do Parque Científico e Tecnológico é o complexo UPF Valley. A universidade irá oferecer 10 hectares para sediar empresas, em um modelo de negócios ainda está sendo formatado. As obras começam em 2024 e devem prever 25 lotes individuais.

— É aqui que a gente entrega a conexão efetiva das startups e do mundo acadêmico com o mercado corporativo. Isso é estratégico para a sobrevivência de qualquer empresa em qualquer cenário — diz a diretora de estratégia e relacionamento com o mercado do parque, Cassiane Chais.

*Fábio Schaffner - GZH.

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