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8 de março de 2023

Nara Piccinini da Silva: mulher, advogada e empoderada

Por Amélia Freitas | A Folha

Nara atua como advogada de família e gestora da clínica da filha (Foto: Amélia Freitas)

A determinação é um dos fatores que movem as pessoas. Estar determinado a chegar a algum lugar, fazer algo por alguém ou mudar uma realidade. Mas quando juntamos a determinação com oportunidade, o resultado pode ser estratosférico. Em Não-Me-Toque, uma mulher é um claro exemplo disto, Nara Piccinini da Silva, é advogada por formação e envolvimento social é sua paixão.

A mãe de dois filhos que virou advogada

Natural de Não-Me-Toque, mudou-se para Minas Gerais acompanhando o, então, marido por duas ocasiões.  Direito sempre foi um sonho, mas em um primeiro momento, não pode o realizar, pois na cidade onde residia não havia oferta do curso.

Então veio a primeira filha, Mariana e o primeiro regresso a cidade natal. Depois de um tempo aqui, a vida seguiu seu curso natural e Minas Gerais voltou a ser o lar da família. Com o retorno uma notícia boa, já estava disponível a faculdade de Direito. Antes de dar o pontapé tão importante para sua carreira, Nara decidiu ter mais um filho, o Arthur.

Quando o Arthur estava em idade colegial, Nara começou sua faculdade de Direito. E mais uma vez, a vida com seus meandros e caminhos a trouxe de volta a Não-Me-Toque, e faculdade seguiu em Passo Fundo. Após a formação, tirou a carteira da Ordem e iniciou uma longa relação com a OAB.

OAB: uma representante nata

Logo após formada, Nara foi convidada a integrar a subseção da Ordem, que havia sido formada há poucos anos em Não-Me-Toque. Esse foi o primeiro de muitos convites. Carismática e dedicada em tudo que se propunha a fazer conquistou a confiança e reconhecimento em um meio predominado por homens.

Na OAB, Nara já atuou como representante da Comissão da Mulher Advogada, representou a Caixa de Assistência da OAB, já foi presidente, vice, e integra desde 2013 a Comissão de Prerrogativas do Estado, sendo vice na atual gestão.

Nara também trabalha junto da filha, Mariana que é cirurgiã plástica onde é gestora da clínica e cuida da parte juridica.

Nara foi a segunda mulher a estar a frente da patronagem do CTG Galpão Amigo em 50 anos (Foto: Helaine Zart)

Atuação Comunitária

Nara ressalta que doar-se em prol da comunidade é algo importante. Onde cada um consegue fazer um pouco, a sociedade se torna melhor.

—Não poderia me isolar ou deixar de fazer algo que eu sei que poderia melhorar a vida das pessoas. Se mais pessoas pensassem um pouquinho nisso, iriamos viver uma sociedade melhor—, reflete Nara.

Nara presta apoio jurídico ao Lar do Idoso, integra a Associação Amigos da Vida, além de seu grande envolvimento com o CTG, onde integrou a patronagem atuando por determinado período como patroa, um feito épico, pois em 50 anos, apenas duas mulheres estiveram no comando da entidade.

Ter momentos para si mesmo

Vivemos em uma sociedade onde cada minuto ocioso precisa ser preenchido com algo, onde, com tantos compromissos assumidos, a pessoa vai ficando em segundo plano. Mas a vida cobra esse momento de autocuidado, de lazer ou de estar em família.

O estopim para Nara foi quando percebeu que ao longo de um ano inteiro, não teve tempo de viajar e mal conseguia responder mensagens de amigos e familiares.

— Foi então que eu percebi que eu precisava de um tempo para mim, para estar com meus filhos, antes eles moravam em outros Estados, agora estão tão perto, quero aproveitar esses momentos com eles—, conta Nara.

Para isso acontecer, ela foi aos poucos reduzindo seus compromissos. É importante ressaltar que não se trata de abandonar as entidades e ações ou que as mesmas a sobrecarregavam, mas sim, de que tudo que é feito com entrega e dedicação demandam tempo, e este, quando começa faltar afeta o dia a dia e então vem a sobrecarga.

A decisão é para buscar qualidade de vida, bem-estar consigo mesmo e novas experiências.

As conquistas femininas e o caminho pela frente

Nara ressalta que nunca sentiu na pele o preconceito e o machismo que muitas vezes assolam a comunidade feminina. Em suas participações nas entidades tem voz ativa, não sendo apenas uma mera integrante figurativa como ocorre em outras regiões. Mas ela ressalta, há um longo caminho a ser trilhado.

—Já tivemos muitas conquistas, sendo necessário ressaltar que não queremos ser iguais aos homens, nós queremos as mesmas oportunidades seja, na vida ou na carreira—, pontua Nara.

E para ter oportunidades é necessário conhecimento, algo que é constantemente promovido. Recentemente a OAB realizou um painel voltado às mulheres gestoras do Agro, sendo um grande número que vem se destacando ano a ano.

Essas são apenas algumas demonstrações de que, com oportunidade e conhecimento, não há limites para o que as mulheres podem fazer.

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