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24 de março de 2023

Vacina desenvolvida pelo Butantan traz esperança no combate à dengue

Por Redação A Folha

Mais um ano o Estado vive um surto de dengue. Em Não-Me-Toque este é o primeiro  surto da doença e o número de casos confirmados já ultrapassa 100 pacientes. A velha cartilha solicitando a colaboração de todos segue sendo difundida e por muitas vezes ignorada.

No fim do ano passado, uma notícia trouxe outra perspectiva no combate à doença. Uma vacina que vem sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan mostrou eficácia de 79,6% para evitar a doença, de acordo com a fase três do estudo.

Os dados são de um acompanhamento de dois anos com mais de 16 mil indivíduos de todo o Brasil. Durante esse período, não foi reportado nenhum caso grave de dengue nos participantes. O resultado positivo é fruto de um trabalho de mais de 10 anos com parceiros internacionais e pode ter grande impacto na saúde pública brasileira. Até dezembro de 2022, o Brasil registrou 1,4 milhão de casos e 978 óbitos pela doença, um aumento de 172,4% e 400% em relação ao ano anterior, segundo o Ministério da Saúde.

Em andamento desde 2016, a fase 3 envolve 16.235 voluntários de 2 a 59 anos, avaliados por 16 centros de pesquisa de diferentes regiões do país. O imunizante foi administrado em 10.259 pessoas, em dose única, e o restante recebeu placebo. A incidência de casos de dengue sintomáticos confirmados por laboratório foi analisada depois de 28 dias da vacinação até dois anos de seguimento de cada participante. O estudo seguirá até todos os indivíduos completarem cinco anos de acompanhamento, em 2024.

A eficácia da vacina também foi avaliada, separadamente, de acordo com a exposição prévia ao vírus da dengue. Em pessoas que contraíram a doença antes do estudo, a proteção foi de 89,2%. Já naqueles que nunca tiveram contato com o vírus, a eficácia foi de 73,5%.

A vacina do Butantan é tetravalente, feita para proteger contra os quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). No entanto, no período da pesquisa, apenas os tipos 1 e 2 circularam no país. A eficácia registrada para evitar a infecção por estes vírus foi de 89,5% e 69,6%, respectivamente.

A fase 3 segue em andamento e os pesquisadores ainda pretendem gerar dados de eficácia para os sorotipos 3 e 4. Na fase 2 do ensaio clínico, que teve seus resultados publicados em artigo na The Lancet Infectious Diseases, 80% dos voluntários produziram anticorpos contra os quatro sorotipos.

Segurança

O estudo avaliou a frequência de reações adversas até 21 dias após a vacinação. Das mais de 10 mil pessoas que receberam o imunizante, apenas três (menos de 0,1%) apresentaram eventos adversos graves, e todos se recuperaram totalmente. A frequência de eventos adversos foi semelhante entre as três faixas etárias (2-6, 7-17 e 18-59 anos).

A vacina do Butantan tem perfil de segurança semelhante tanto para quem teve a doença como para aqueles que nunca tiveram contato com o vírus. Hoje, no Brasil, há somente uma vacina aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), disponível na rede privada e indicada apenas para quem já teve dengue.

*Com informações: Instituto Butantan

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