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Notícias

15 de abril de 2023

Uma voz não-me-toquense em meio a 5 mil na luta pela juventude agrícola

Douglas Bentz irá integrar a equipe que vai participar do festival em Brasília (Foto: Arquivo Pessoal)

Por Amélia Freitas

Um fator que gera alerta no futuro da agricultura e pecuária é a continuidade do trabalho, a chamada sucessão familiar. Manter os jovens nas propriedades para tocar o negócio não tem sido tarefa fácil, visto que as atuais condições não trazem grandes atrativos para tal feito.

Este será um dos assuntos em pauta no 4º Festival Nacional da Juventude Rural, o evento ocorre entre os dias 25 a 27 de abril, em Brasília e deve reunir mais de 5 mil jovens agricultores, como o Douglas Bentz, de Não-Me-Toque.

— Pretendo seguir, apesar das dificuldades nos últimos anos devido às secas que vêm acontecendo. Acredito que tem muito ainda para ser melhorado.

Douglas, que têm 25 anos, vem de uma família de que atua tanto na agricultura quanto na bacia leiteira, ele também é conselheiro fiscal do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e irá, junto da comitiva regional, participar do festival.

Para ele será um momento de debater a agricultura familiar e sua sucessão, mas também de junto dos pares buscar políticas públicas para isso. Um tema de urgência, segundo dados do Pnad/IBGE, desde 2018, mais de 800 mil jovens brasileiros deixaram o campo. Se a perspectiva seguir, a probabilidade de que 70% dos alimentos consumidos diariamente deixem de ser produzidos.

Para Douglas, fatores como instabilidade de renda na pecuária, valor pago aos produtores e custo dos insumos estão entre as razões para saída de jovens na área.

Preocupados com este fato, jovens produtores levaram até a Câmara de Deputados produtos da agricultura familiar como forma de chamar a atenção para a necessidade de políticas públicas que tornem a área rural atraente.

Mas é importante ressaltar que não basta criar, as políticas precisam ser acessíveis a todos os jovens e não ter tantas barreiras e entraves como algumas já existentes.

Senar e o campo

Em Não-Me-Toque este fator também gera preocupação e o investimento em ações tem sido um diferencial. Um dos programas desenvolvidos é a Assistência Técnica e Gerencial (Ateg), o município conta com uma voltada ao setor de grãos e outra em processos iniciais na bovinocultura.

O vice-presidente do Sindicato Rural,  Sílvio van Vught ressalta a importância  dessas ações para manter o jovem no campo.

—É um programa muito bom que busca, além de viabilizar a propriedade, manter o jovem ou levar ele de volta ao campo, sentindo-se útil e feliz, fazendo a sucessão nas propriedades. Capacitando e proporcionando uma melhor operacionalização.

Outro fator ressaltado é que com informação, conhecimento e melhoria nas condições de trabalho haja um aumento na sucessão familiar. Nesta questão o apoio pode ser encontrado junto ao Senar, como explica a supervisora Graziela Leães.

—Além de melhorar as propriedades no sentido de reduzir custos, aumentar a lucratividade e tornar-se atrativo para que os jovens permaneçam, nós temos outras oportunidades por meio do Senar podendo atuar como técnico do Senar, podendo ficar na propriedade, garantindo uma renda extra.

Mesmo com tantas dificuldades e um cenário por vezes desfavorável, Douglas pretende dar sucessão na propriedade rural da família.

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