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Notícias

29 de abril de 2023

A voz que sussurra

Por Jornal A Folha

Eram 7 horas da manhã e Seu Oswaldo estava saindo para o trabalho. Naquela madrugada seu telefone ficou sem carga e ele acordou no susto; 5 minutos após o horário habitual. Quando estava trancando a porta de casa, ouviu baixinho em sua mente: -Você esqueceu a janela do quarto aberta e hoje vai chover. Sem pensar duas vezes, ele voltou para dentro de casa e fechou a janela.

Chegando no escritório, uma forte dor de cabeça começou, por sorte ele guardava alguns comprimidos na gaveta, até porque, aquela dor de cabeça era recorrente nesse horário. Naquele dia, Joarez, seu colega há anos, entrou na sala pedindo umas assinaturas em uns papéis, cheio de bom humor enquanto também lhe contava do churrasco do fim de semana. Nesse momento, outra pontada forte na cabeça e a voz sussurrou: - Você não deveria assinar nada sem ler muito bem! -Bobagem! Retruquei. E continuei escutando a hilária história de Joarez enquanto assinava.

Dois meses se passaram desde aquele dia, desde o fatídico momento que levara a demissão de Oswaldo. Os papéis que ele assinou geraram um grande prejuízo à empresa, mas Joarez ficou de inocente nessa história, se lamentou muito pela demissão do amigo e logo acabou assumindo o cargo dele dentro da empresa.

Oswaldo lembrou que naquele dia não deu ouvidos à sua intuição e ficou pensando também, em quantas vezes que, através de seu “sexto sentido” teria sido guiado pelo melhor caminho. Naquele momento sentiu que devia sair para dar uma caminhada e respirar um ar puro. Passando por uma banca de revistas e, com os únicos trocados que tinha, comprou um jornal. Há tempos ele não lia o jornal e foi até um banco na praça para fazer a sua leitura. Ele não parava de pensar na sua intuição e não queria mais deixar de ouvi-la.

Ao abrir o jornal, viu cair de dentro um bilhete de apostas da loteria e é claro que, prontamente, foi até a lotérica mais próxima para tentar a sorte. Chegando lá, ele acabou encontrando um amigo que não via há anos e que no meio da conversa lhe perguntou o que ele estava fazendo no momento. Trocaram o número do telefone e ele disse que entraria em contato para fazer uma proposta. Oswaldo sentiu uma sensação boa quando encontrou o velho amigo e foi então fazer seu jogo, que continha, inclusive, as dezenas que formavam o número de telefone que acabara de anotar.

Tempos depois estava ele em um novo empreendimento na sociedade, com o amigo que encontrou na lotérica, ainda ganhavam pouco e as economias estavam todas investidas ali. O dia a dia era leve, a companhia sempre agradável e o empreendimento promissor.

Aquele homem não ganhou na loteria quando jogou, mas também não teve mais dores de cabeça em um horário específico do dia. O jornal daquele dia lhe trouxe ótimas leituras e por muitas vezes a bateria do seu celular terminou na madrugada, mas ele nunca se atrasou. Ele percebeu que havia sempre uma voz que sussurrava o melhor caminho e permaneceu atento para conseguir ouvi-la nos mais diversos momentos da vida.

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