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Foto: José Shaeffer

5 de maio de 2023

Safra encerra com quebra de 50% no milho e 29% na soja

Por Helaine Gnoatto Zart

Junto com o final da colheita da safra de verão, chegaram as chuvas que estiveram escassas nos últimos 12 meses

Enquanto a semana foi de chuvas intensas, em Não-Me-Toque, o encerramento da colheita da safra mostra as consequências da estiagem que se abateu durante todo o ano de 2022 até abril de 2023. Neste ano, os agricultores terão dificuldade de fechar a contabilidade no azul. Aliás, a conta não fechou em três dos últimos cinco anos.

Levantamento da Emater aponta que a soja atingiu um rendimento médio de 45 sacas por hectares, para uma expectativa de 63 sacas em média. As perdas são calculadas em média de 29%. No entanto, muitos produtores investiram para colher acima de 80 sacas por hectares e o resultado varia entre 20 e 70. A diferença se deve às chuvas que foram escassas e irregulares.

Com um custo médio acima das 30 sacas por hectare, os compromissos nos bancos e fornecedores vencendo, e a necessidade de planejar as próximas safras de verão, os agricultores estão em um dos piores momentos dos últimos anos. Do governo, nada podem esperar. O presidente Lula disse em público que, para ele, o “agro é fascista”.

O engenheiro agrônomo Vinicius Toso, chefe da Emater de Não-Me-Toque, que também é coordenador do Conselho Municipal Agropecuário, revela que o monitoramento climático aponta um comportamento que vem se repetindo nos últimos 4 anos de observação.

—O município de Não-Me-Toque pode ser dividido ao meio, as chuvas foram de pouca intensidade, mas regulares na região norte e fracas e irregulares na região sul do município—, explica mostrando no mapa do computador.

As lavouras localizadas em Bom Sucesso, Colônia Saudades e na direção de Carazinho foram contempladas com chuva suficiente para que os agricultores colhessem em média 70 sacas por hectares de soja. Já as lavouras de Linha São Paulo, Invernadinha e São José do Centro sofreram com a baixa precipitação.

O comportamento do clima se repetiu no milho, com ainda mais intensidade. As perdas médias foram de 52%. Lavouras plantadas para render 220 sacas por hectares colheram 80 sacas em média, quando a expectativa era de colher uma média de 167 sacas por hectares no município.

As perdas com a estiagem tingiram ainda a produção de leite em 15%, o milho silagem em 23% e as pastagens em 60%.

Neste ano uma pequena parcela de produtores arriscou o plantio de safrinha de soja sobre lavouras de milho. A colheita deve acontecer neste mês e segundo dados da Emater, a experiência com safrinha tem resultado positivo nos anos de seca. Quando ocorre clima úmido a lavoura sofre com a ferrugem asiática.

Retrospecto negativo

Um levantamento da Emater aponta o rendimento médios dos último cinco anos nas culturas de trigo, milho e soja:

*Sacas por hectare

 

Área de plantio

Nem Não-Me-Toque, o milho ocupou uma área de 3.500 hectares. O espaço para o cultivo fica aquém do ideal (16%), que é um terço da área de soja.

A soja ocupou uma área de 22.100 hectares, o milho silagem 350 e as pastagens 500 hectares.

O trigo vem evoluindo em área: 6 mil hectares em 2019, 6.800 (2020), 7.820 (2021) e 9.080 (2023).

 

TAGS: milho, safra, soja

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