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Notícias

13 de maio de 2023

A mãe em mim

Por Bruna de Souza

“Quando nasce um bebê, nasce uma mãe.” Essa é uma frase bastante popular, mas sabemos que ser mãe é algo muito mais complexo do que um sentimento e um instinto que surgem com o nascimento de uma criança.

Eu sei com toda a convicção que uma das minhas missões no mundo é ser mãe, eu sou a mãe do Benjamin e, agora, estou prestes a conhecer a Brisa, que também me escolheu como mãe para viver essa experiência terrena. Quando o Benjamin nasceu eu não me senti mãe com a sua chegada, eu apenas era a mãe e ponto final. Mas eu era todo o meu melhor em função daquele bebezinho que precisava de mim, 24 horas por dia, e meu mundo passou a girar em torno dele. O tempo foi passando e ele foi crescendo, e conforme ia se desenvolvendo eu ia descobrindo-o como ser humano e ia respeitando-o em todas as fases, pensamentos e personalidade. Algo ia acontecendo em mim.

No aniversário de 3 anos do Benjamin, a minha tia, artista plástica, pintou um quadro com o rosto dele e trouxe de presente. Eu nunca vou esquecer! Eu não conseguia permanecer olhando aquele quadro por mais de 15 segundos sem chorar. Não estava nem me reconhecendo, mas talvez naquele momento eu tenha me compreendido como mãe, naquele momento eu não era apenas “A” mãe, eu sentia aquilo em toda parte do meu ser. Naquele instante eu aceitei o fato de ter sido roubada de mim mesma. Um sequestro que foi acontecendo aos poucos: ao amamentar, ao conhecer os primeiros sorrisos, ao ensinar a andar, ao levar a primeira vez pra escola, ao fazer dormir, ao repreender e ao proteger. Quando me dei conta, eu já não me pertencia e eu já não poderia existir sem ele.

A maternidade, quando acontece dessa maneira arrebatadora, tem de ser constantemente vigiada. Percebi isso com o passar do tempo. Percebi que esse roubo de identidade faz com que nos alegremos com a alegria dos nossos filhos, nos entristecemos com a tristeza deles e passamos a enxergar o mundo através desse amor.

Toda mulher, que assim como eu, se percebe altamente apaixonada por ser mãe, tem de sempre se lembrar que é suficiente por si mesma, tem sempre que entender que lhe cabe o papel de desempenhar uma função no mundo. Uma função vitalícia que muda com o passar do tempo, mas que nunca deve substituir a realização dos seus próprios sonhos e objetivos.

Nesse vaivém de horas, os passarinhos aprendem a voar e querem sair dos seus ninhos.  Para que isso aconteça da melhor forma, eles PRECISAM perceber a MULHER independente que existe em casa. Eles precisarão saber que podem voar sem medo de deixar uma passarinha chorando a sua ausência no ninho.

A maternidade é ensinamento, é desafio e é um delicioso encontro com o sentimento genuíno do amor. Mas toda mãe é mulher, é ser independente, com suas escolhas, sonhos e desejos. Nenhuma mãe é suficiente para o desenvolvimento completo de um filho e nenhum filho é totalmente suficiente para a existência de uma mulher. Quando a Brisa chegar certamente já encontrará uma mãe à sua espera. Espero que tanto ela quanto o Benjamin possam conviver também com a Bruna, um ser humano completo e cada vez mais consciente, que assim como eles, tem um caminho único para seguir e muitas coisas ainda para aprender.

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