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Notícias

21 de maio de 2023

Fake news

É certo que a mente humana é prodigiosa. Tenho dado inúmeros exemplos disso nesta Folha. Ela funciona de maneira bastante simples, uma vez que é movida por informações provenientes do mundo externo. Essas informações vêm pelos cinco sentidos. Às vezes vem também pelo sexto, a intuição.

A primeira coisa que a mente faz é comparar as informações que chegam, daquilo que está acontecendo à nossa volta, com o que já temos arquivado na memória. A ideia é ver se o assunto “fecha”, ou não.

Recentemente, na minha mente, algumas ideias estapafúrdias realmente não têm fechado.

Uma delas é a assertiva que precisamos restringir a liberdade de informação para preservar a liberdade de informação. Parece um absurdo escrever isso, mas é o que querem fazer acontecer.

Precisamos eliminar as fake news. Antes da era capitaneada pela Internet, sempre existiram notícias inverídicas. Eram chamadas de boatos. Em rodas de conversa, em jornais (não todos), na televisão (alguns canais), em livros e revistas. As revistas, aliás, eram clássicas produtoras de fake news. Reuniões em bares, cafés-da-tarde dentro de casa, uma garrafa de vinho noite adentro serviam para circular notícias inverídicas a toda hora. Todos dão risadas, depois vem a checagem se tal assunto é verdadeiro ou se é tudo boato.

Fake news é um novo nome aplicado a uma velha prática.

Acontece que a mente humana é antes de tudo uma fake news checker. Ou seja, ela absorve o conteúdo de uma história ouvida e utiliza ziliões de neurônios independentes no interior da cabeça para verificar sua verossimilhança. Na maioria das vezes, a informação fica guardada em uma memória temporária, aguardando para saber “se tudo isso é mesmo verdade”.

Okay, às vezes a mente se engana. Uma notícia falsa é assimilada como verdadeira. Mas acontece que isso faz parte da natureza humana. Do fato que somos todos humanos. Seres imperfeitos. Quem disse que sabemos tudo de antemão? Quem disse que sabemos diferenciar na hora, a verdade da mentira? Talvez em um futuro comandado pela inteligência artificial isso vá ser possível, mas por enquanto a vida é regida pelo ser humano com a inteligência que lhe é dada.

Por isso, a necessidade de restringir fake news tem um cheiro de censura, de filtrar informações antes de que elas cheguem até nós.

O formato se parece com cérebros alheios determinando o quê e como devemos processar as informações em nossas mentes. Querem aposentar nosso próprio equipamento biológico. Sandice. Continuo achando que cada um de nós deve decidir o que é fake news, e o que não é. Prefiro ficar com minha news checker. E segue a vida.

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