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Notícias

3 de junho de 2023

Centro Cultural Franciscus Johannes Stapelbroek

Franciscus Stapelbroek

Por: Mircéia Kellermann

A ORIGEM

A Apae Não-Me-Toque, com a intenção de compartilhar com vocês um pouco mais sobre O Projeto “Centro Cultural Franciscus Johannes Stapelbroek”, produziu na matéria anterior, já publicada neste jornal, o resgate de como iniciou o sonho dessa construção tão idealizada, que além de beneficiar as pessoas com deficiência intelectual e múltipla que frequentam a Apae NMT, também beneficiará a comunidade em geral.

A origem do nome Franciscus Johannes Stapelbroek surgiu em forma de homenagem a um dos fundadores e apoiadores da instituição, que, além de incentivar os trabalhos da Apae, também apoiava a comunidade local, auxiliando outras entidades, associações, clubes, além de pessoas carentes do nosso município, tornando-se, assim, uma pessoa conhecida na comunidade, por sua bondade e enorme coração.

Franciscus Stapelbroek, filho de Johannes Bernardus Stapelbroek e Johanna Hendrika Assink Stapelbroek, nasceu em 11 de novembro de 1937, na cidade de Eibergen, na Holanda, onde vivia com os pais e 10 irmãos.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial que arrasou a Europa, a família Stapelbroek decidiu mudar-se  para o Brasil, afastando-se da crise socioeconômica e evitando que os filhos fossem convocados para um novo combate.

A família chegou ao Porto de Santos (SP), em 19 de abril de 1949, e, em 1953, mudou-se para Não-Me-Toque, onde instalaram uma pequena ferraria e, posteriormente, em 1960, fundaram a Stara.

Franciscus casou-se com Anna Catharina Philomena Stapelbroek, também de família imigrante da Holanda, em 28 de fevereiro de 1962. Tiveram três filhos: Susana, Márcia e Roberto, que lhes deram sete netos (Fernando, Átila, Nicole, Karina, Luiza, Davi e Diogo), e duas bisnetas (Natália e Cecília).

Mesmo tendo estudado apenas até a 4ª série, Franciscus tinha grande visão empreendedora. Conhecido por sua honestidade e dignidade, tinha a confiança das pessoas e foi com essa confiança que começou o primeiro negócio com o primo Antonius Assink. Juntos, compraram uma colheitadeira “fiado” para prestar serviços de colheita. Foi assim que também adquiriu a sua primeira área de terra (52 hectares) em 1965, quando tinha 28 anos. Mostrando visão para os negócios, foi adquirindo outras áreas em pequenos lotes, tornando-se um dos maiores produtores da região.

Além de ser um admirável empreendedor, Seu Chico foi um grande investidor da Stara e, em 1982, quando a empresa passava por uma grande crise, ele foi essencial para a recuperação da Stara e seu posterior crescimento.

Franciscus sempre atuou de forma muito significativa na comunidade, contribuindo de maneira espontânea e discreta. Considerava a sua família privilegiada e, em agradecimento a Deus, e por ser um homem de bom coração, constantemente retribuía com boas ações para a comunidade, dentre elas, na construção da primeira sede da Apae e na manutenção da entidade.

Para Seu Chico, o Brasil era sua Pátria e a Holanda um país para visitar. O sentimento pelo Brasil cresceu com ele, pois foi aqui, junto com seus irmãos, que viu seus os pais trabalharem com dignidade e educarem os filhos através do exemplo.

Em abril de 2002, a Câmara de Vereadores aprovou o projeto de lei do Poder Executivo, concedendo a Franciscus Johannes Stapelbroek o título de Cidadão Honorário de Não-Me-Toque. Na época, o título não chegou a ser entregue, pois a saúde do homenageado não permitiu a sua participação em uma solenidade.

Ao receber a notícia da indicação ao título, Seu Chico reagiu com humildade, característica marcante da sua personalidade: “Fiquei feliz, até demais! Acho que não merecia, tem outras pessoas que fizeram coisas importantes”. A entrega do título ocorreu in memoriam, no dia 25 de agosto de 2006, durante solenidade de inauguração da ampliação da planta industrial da Stara.

Franciscus Stapelbroek faleceu no dia 15 de agosto de 2003, na cidade de Passo Fundo.

A Apae Não-Me-Toque dedicou o nome Franciscus Johannes Stapelbroek ao Centro Cultural, como forma de agradecimento a todas as ações realizadas pelo “Seu Chico”, assim chamado carinhosamente e como era conhecido, o qual, com tamanha generosidade e, principalmente, vontade de ajudar ao próximo, deixou uma importante lição a todos.

Como dizia  Martha Medeiros, “Generoso é aquele que nem percebe a grandeza do que está fazendo, porque é da sua natureza pensar no outro, visando ao bem, sem contabilizar o que poderá lucrar com isso.”

O Centro Cultural Franciscus Johannes Stapelbroek, UM LUGAR PARA TODOS, com certeza não poderia ter outro nome!

No decorrer das matérias vamos apresentando para vocês um pouquinho mais sobre esse Projeto maravilhoso que a Apae/NMT vem realizando. Acompanhem!

O Projeto “Centro Cultural Franciscus Johannes Stapelbroek” foi aprovado junto ao Ministério da Cultura – Secretaria Especial da Cultura – Lei de Incentivo à Cultura.

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