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Notícias

9 de julho de 2023

De médico e de louco

Por: Martin Portner

Você já deve ter escutado alguém dizer que de médico e de louco, todos temos um pouco. Talvez você tenha até já se saído com esta expressão. Se ainda não, torça para que chegue a hora de dizê-lo. Vou explicar porquê.

Na maioria das vezes, isso acontece quando somos pegos de calças meio curtas, dizendo algo pouco convencional para, em seguida, sacar do bolso o sorriso maneiro e pronunciar que de médico e de louco, todos temos um pouco. Na maioria das vezes, vamos estar nos referindo mais ao médico.

O adágio é correto. O problema é que a primeira metade é fácil de compreender; mas, afinal, quem quer ser louco? Ser médico é ser correto; ser louco é o que?

Na verdade, essas duas tendências nos habitam. Estão desde cedo dentro de nós. Quando crianças, brincamos de médicos. Mais ou menos na mesma fase, começamos a fazer de conta que somos atores, encenando uma peça de teatro. Essa parte, em geral, ocorre dentro do quarto, de portas fechadas. No máximo para alguns amigos. A mãe e o pai, nem pensar.

Durante as horas entre o erguer-se da cama pela manhã, até quando vamos dormir, o lado médico significa nosso comportamento racional, analítico, pausado, comedido, empenhado e bem comportado.

Mas, na verdade, quanto usamos o tempo para agir dessa forma, precisamos da contrapartida para gerar um ponto de equilíbrio. Precisamos, em alguns momentos, ser um pouco loucos. Significa criar situações para sermos menos racionais, mais arrojados, ousados, inovadores, artísticos e imprevisíveis. Dessa forma, buscamos o ponto de equilíbrio perfeito dentro da mente. Nem mais, nem menos de qualquer um dos dois. E a vida passa a rolar bem melhor. A carreira? Melhor ainda.

O passo seguinte é refletir sobre o adágio de Frank Barron. Ele afirma que “quem quer ser criativo, precisa ser mais primitivo e mais culto; mais desorganizado e mais meticuloso; mais louco e mais aprumado do que o indivíduo comum que anda por aí.”

Barron resume tudo. Pergunte-se hoje: afinal quem é você e o que você faz? Indague sobre como você faz as coisas que você faz. Mastigue o assunto um pouco e veja se há espaço para um pouco de criatividade. Alterne momentos em que você é equilibrado, com outros em que suas ideias são genuinamente criativas e ousadas. Sua vida ganha asas porque vai ter mais graça. E, de vez em quando, você repete para os amigos: vamos combinar, de médico e de louco, todos temos um pouco.

Todos vão rir, achando que você está brincando.

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