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14 de agosto de 2023
Moradores esperam há quase dois anos por entrega de imóveis em Carazinho
Famílias que investiram na compra de 306 apartamentos do residencial Andaluz, no município de Carazinho, no norte do RS, aguardam a entrega das chaves desde novembro de 2021. O prazo foi dado pela Tectus Incorporações, que segundo os moradores, pediu seis meses além da data prevista em contrato para finalizar os trabalhos.
De acordo com o aplicativo da Caixa Econômica Federal, a obra está 76% concluída, porém os moradores temem que o atraso se prolongue por mais tempo.
— Eu visitei o canteiro de obras algumas vezes e ainda acho que falta muito. A questão é que tudo ficou inacabado, apartamentos e as áreas externas. Algumas coisas a gente sabe que foram furtadas do local. Depois que colocaram vigilância parou, mas lá dentro tudo vai se deteriorando com o tempo — disse Adriano Rodrigues, um dos compradores.
Cada imóvel custou cerca de R$ 140 mil reais. Parte do valor foi por financiado pelos moradores. Muitos seguem pagando as parcelas em juízo, via determinação da Justiça.
Compradores estão na Justiça
Segundo o advogado Tiago Fernandes Chaves, especialista em direito imobiliário, banco e construtora são responsáveis. Ele representa 104 clientes.
— Embora a Caixa nesse caso entre como instituição financeira que emprestou o dinheiro, ela faz parte do processo como um todo, então se configura como solidária a situação. Com isso podemos acioná-la diretamente — afirmou.
Na última semana, mais de 20 decisões tiveram parecer favorável aos investidores, determinando que a Caixa indenize quem está em dia com o financiamento e providencie o término do conjunto habitacional.
A doméstica Ana Lúcia é um desses casos. Ela tinha a expectativa de já ter se mudado para a casa nova, o que não aconteceu.
— Todos nós trabalhamos e vivemos de aluguel. Os móveis sob medida que mandei fazer ficaram prontos e tive que vender. Isso aqui era um sonho e agora virou pesadelo. Todo mundo sumiu. Empresa, vendedor, banco, todos — desabafou.
O que dizem os envolvidos
Em nota, a Caixa Econômica Federal afirmou que o serviço foi encerrado com a construtora por descumprimento de prazos estabelecidos em contrato e que o seguro foi acionado. A previsão é a contratação de uma nova empresa até novembro.
A Tectus Incorporações afirmou que entrou com um recurso quanto a decisão judicial que interrompeu os trabalhos. A empresa, porém, não respondeu quanto aos motivos dos atrasos.
fonte:Acontece no RS!