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Foto: Câmara de Vereadores de Vacaria

16 de outubro de 2023

Javalis invadem as cidades

Os prejuízos causados pela espécie exótica invasora, javali (Sus scrofa), nas propriedades rurais gaúchas e a legislação que controla os mecanismos para aquisição de armas de fogo e a atividade de tiro e caça no RS, foram pautas debatidas na audiência pública proposta pelo deputado Paparico Bacchi (PL), junto à Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da ALRS, com o tema “Prevenção, Controle e Monitoramento de javalis no Rio Grande do Sul”, realizada na sexta-feira (6), na Câmara de Vereadores de Vacaria.

O javali está devastando as propriedades dos produtores rurais do RS. O invasor ataca filhotes de ovelhas, novilhos, capivaras e mais uma gama de espécies da biodiversidade gaúcha. Ele acaba com os animais que dão sustento às famílias de pequenos agricultores. O depredador não tem limites e a atual situação da legislação federal cria um impasse aos agricultores, que contam com os manejadores e controladores (caçadores autorizados) para auxiliar nos abates das espécies invasoras nas propriedades rurais.

Com o intuito de encontrar estratégias e iniciativas, que simplifiquem a legislação para controle da espécie exótica invasora e angariar providências, o deputado Paparico Bacchi, ouviu agricultores, manejadores, órgãos públicos, representantes de entidades e associações de atividade agrícola e de tiro e caça, além da comunidade em geral.

Participaram da mesa da auditoria pública, o vice-prefeito de Vacaria, Marcelo Dondé, o diretor municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Airton Bessegato, o vereador Mauro Deluchi Schuler (PSB), o vereador Pingo Rezende (PP), o comandante do 3° Batalhão de Polícia Ambiental da Brigada Militar de Vacaria, 2° Sarg. Jean Piardi Andreatta, e o coordenador do movimento Proarmas (Campos de Cima da Serra), Diego Damasceno da Costa. Além disso, também participaram da mesa, de forma remota (online), o presidente da Associação de Controle da Fauna e Espécies Exóticas do RS, Gilmar Bach, o coordenador técnico de Agricultura e Turismo da Famurs, Mario Nascimento, e a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (SEAPI), Rosane Collares Moraes.

O deputado Paparico Bacchi falou sobre a destruição das nascentes de rios, dos ataques às espécies domésticas das propriedades rurais e demais problemas sanitários que a espécie está acarretando, como transmissor de doenças, inclusive em humanos.

O vice-prefeito de Vacaria, Marcelo Dondé, alertou para as alternativas de solução do entrave: "Nós temos que contemplar todas as possibilidades, pois a produção agrícola é a primeira vítima do javali. Se não tivermos rapidez, vamos arcar com as consequências", explicou Marcelo.

Segundo Mauro Shuler, o javali é uma espécie de fácil reprodução e isso facilita sua expansão no estado e acrescentou: "Os manejadores também enfrentam o problema dos custos com a licença de saúde dos cães de caça. A cada seis meses o documento tem de ser renovado ou a cada caçada, se tornando inviável aos caçadores", falou o vereador.

O representante do movimento Proarmas, Diego da Costa, relatou sobre os prejuízos do invasor nas lavouras, o problema sanitário, a extinção de espécies nativas e da situação burocrática em que se encontra a atividade de tiro e caça no RS.

O vereador Pingo foi mais incisivo e ressaltou que o Governo Federal está impondo questões políticas e isso está causando inúmeros problemas na luta contra o javali.

O Sargento Jean, informou que a função da polícia ambiental é garantir a atividade de maneira controlada e legal. Explica ainda que, a otimização das atividades como aumento de manejadores e abatendo filhotes de javali, são bons exemplos de melhoria.

 

Encaminhamentos da Audiência Pública

Providências sugeridas para combater o javali no RS: "Com base na gravidade das doenças do javali, podendo ser inserida na cadeia produtiva da suinocultura, sugiro que criemos uma lei ou um projeto de engenharia nos municípios do RS, que disponibilize a construção de gaiolas e a aquisição de equipamentos para auxiliar os agricultores e caçadores nas suas propriedades para capturar os javalis. O projeto pode funcionar com aporte das secretarias de Agricultura de cada município, subsidiado pelo Governo estadual. Hoje nós temos duas vias, o apoio aos CACs, aos clubes de caçadores, com suporte financeiro e o treinamento para o produtor rural utilizar a gaiola de captura de javali”, relatou Paparico Bachi.

Mauro Schuler sugeriu uma alternativa para redução de custos com cachorros de caça: “Quero solicitar às associações de caçadores legalizadas que façam um vínculo com a Prefeitura de Vacaria, para que o Executivo Municipal disponibilize o veterinário do quadro para fornecer os atestados de saúde dos caninos. Vou articular o convênio junto ao Município”, falou Mauro.

Carlos Roberto, agrônomo local, reforça o trabalho de monitoramento documental da espécie: “Outra iniciativa é a catálogo dos danos, sendo que cada produtor fica responsável por reunir casos, fotos, vídeos, relatos, dados estatísticos para subsidiar as demandas contra o javali e, posteriormente, encaminhá-las junto ao gabinete do deputado Paparico”, contribuiu Roberto.

Texto: Câmara de Vereadores de Vacaria

 

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