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Professor Dr. Telmo Amado Agricultor e engenheiro agrônomo, Rodrigo Aléssio, planta sobre cobertura verde e produz biofertilizantes para manter a vida no solo/ Foto: Divulgação

17 de outubro de 2023

Agricultura regenerativa será a nova revolução no campo

Foto: Helaine Gnoatto Zart/ A Folha

Por Helaine Gnoato Zart /  AFolha

A agricultura regenerativa é uma das práticas adotadas por Laercio Dalla Vecchia, produtor rural no Paraná, que foi campeão nacional de produtividade de soja em 2022, compartilhou suas experiências em um painel do Apsul América, dia 27 de          setembro, em Não-Me-Toque.

—O mais importante é olhar a agricultura a longo prazo. Na nossa propriedade, dividimos um talhão de 24 hectares em dois. Numa parte implantamos plantas de serviço que fornecem nitrogênio no mix. Depois, colhemos 20 sacas a mais no milho. No trigo, em cima da ervilhaca, o resultado foi 10 sacas a mais. E na soja foram cinco sacas a mais por hectare. Precisamos fazer o básico bem feito, fazer o sistema de plantio direto na íntegra, que nos possibilita diminuir a incidência de pragas e doenças—, afirma Dalla Vecchia, que também é digital influencer, com quase 90 mil seguidores.

Biologia governa a fertilidade do solo

O engenheiro agrônomo e produtor rural, Rodrigo Aléssio, trouxe seu conhecimento e experiência de trabalhar em busca do solo saudável.

—Eu olhava o solo pela química, de forma acadêmica. Depois de seguir fazendo o que era preconizado e não obtermos mais os resultados esperados, passamos a entender que a biologia governa a fertilidade do solo. O olhar à natureza, o ambiente natural, proporciona o conhecimento sobre o nível de interação biológica. Se tem matéria orgânica, tem atividade biológica e riqueza de nutrientes naturais— destacou.

De acordo com as observações e comprovações feitas por Aléssio na propriedade da família nos últimos anos, a tecnologia deu uma nova dimensão de possibilidade, mas por si só não garante a produtividade esperada, pois o sistema agrícola preconizado quebra o ciclo natural, por isso gera desequilíbrio.

—Não adiante ficarmos discutindo agricultura 5.0 se não cuidamos do nosso principal ativo: o solo—, afirmou ao mostrar o resultado do uso de cobertura de solo (planta sobre planta) com mix de culturas para garantir atividade biológica com grandes aportes de biomassa.

Defendeu ainda o fim dos gastos com herbicida, e o manejo de plantas para fazer isso de forma simples e barata; uso de dejetos de biodigestor, que proporcionam diversidade metabólica que enriquecem o solo.

—Quem deve ter protagonismo na agricultura é o produtor e os agrônomos, não o contrário. As demandas por alimentos mais seguros e menos tratados está aí. Vamos melhorar manejando o sistema. Nossos pais faziam isso com pouca tecnologia, vamos aproveitar os novos conhecimentos para agregar.

Rodrigo Aléssio também falou sobre os riscos do excesso de aplicação química sobe as plantas e as perdas que ocorrem em função das aplicações. Na propriedade da família, produzem trigo sem nada de químicos.

NOVA REVOLUÇÃO

O professor Dr. Telmo Amado,  PPGAP/UFSM, que foi moderador do painel, finalizou afirmando que o Brasil vai viver uma revolução com a agricultura regenerativa que é ecológica e economicamente sustentável.

—Nós vamos precisar muito da indústria para implantamos a agricultura regenerativa. Acredito que essa será uma construção coletiva. Temos que sair da academia e irmos ao encontro dos produtores para trabalharmos juntos.

A saúde do solo foi tema do 5º Painel, que teve ainda a participação do professor Tamme van der Wal, da Universidade de Wageningen University, da Holanda; de Sérgio Abud, biólogo e pesquisador Embrapa; Rodrigo Buffon, consultor SPD Soil Diagnostic; e do professor Dr. Antônio Luis Santi, da PPGAP/UFSM.

 

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