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Produtor deve escolher os horários mais frescos do dia para alimentar os animais sensíveis ao calor | Foto: Wenderson Araujo/ Trilux / CP
15 de dezembro de 2023
Onda de calor extremo modifica rotina no campo
Sombra, água fresca e protetor solar. Parece uma lista de itens para levar à praia, mas são ingredientes importantes para manter a produtividade agropecuária em meio à onda de calor que assola o Estado e pode ultrapassar 40ºC em algumas regiões neste final de semana.
Tanto nos cultivos quanto nas criações o estresse calórico exige manejos capazes de dissipar o calor, garantir conforto e bem-estar aos animais e assegurar seu desempenho produtivo, especialmente entre as espécies mais sensíveis, como aves e suínos.
Para garantir o ciclo produtivo e evitar perdas, Soares se apoia na bioclimatologia, que estuda alternativas e meios para minimizar efeitos do calor e do frio, para sugerir que os produtores promovam ambientes focados no bem-estar animal.
Nas instalações de suínos, por exemplo, é importante fornecer água em quantidade e qualidade, manter a ventilação e, se possível, molhar os animais para dissipar o calor. “A combinação de água e ventilação acaba ajudando na perda de calor corporal e na redução do estresse calórico”, diz Soares.
O fiscal estadual agropecuário Richard Alves lembra que o uso de ventiladores eleva o consumo de energia nas propriedades rurais, que podem, inclusive, sofrer interrupções no fornecimento em momentos de pico de consumo. “O maior problema é que as redes elétricas do interior não são capazes de suportar a demanda”, alerta. Para driblar esse tipo de problema, o profissional indica a adoção de equipamentos de segurança, como os geradores. “Algumas horas sem energia são suficientes para causar perdas no plantel”, ressalta Alves.
Outras alternativas envolvem a instalação de climatizadores em galpões, que têm maior custo, mas garantem temperatura controlada o ano todo. Também ajudam a repelir o calor a construção das estruturas com pé direito alto, a pintura do telhado dos galpões de branco e a instalação de telhas e mantas térmicas. Ainda há o sombreamento com árvores ou estruturas artificiais, além do plantio de vegetais nos telhados, alternativa que, em longo prazo, evita a incidência direta da radiação solar.
Na área da nutrição, sugere-se uma dieta balanceada e menos calórica, além da escolha de horários mais frescos para alimentar os animais. Na criação de aves, Alves alerta para a importância de ter melhor higienização e de substituir mais frequentemente a cama do aviário.
Nas hortas e nos pomares, o calor extremo tem impacto imediato em folhosas, conforme o engenheiro agrônomo Léo Omar Duarte Marques, da gerência técnica da Centrais de Abastecimento do RS (Ceasa/RS). Uma alternativa encontrada por alguns produtores do Litoral é transferir a produção para regiões serranas em busca de clima mais ameno nesta época.
Para evitar a escaldadura nos pomares, os fruticultores têm buscado apoio de um produto similar ao utilizado por veranistas para protegerem-se da radiação solar. “Temos cada vez mais produtores utilizando os protetores solares de frutas e empresas investindo nisso”, afirma Marques. Os protetores solares para folhas e frutos buscam garantir o planejamento produtivo e reduzir as perdas causadas pelo calor.
Um fabricante informa que seu produto, a exemplo dos demais, cria uma camada física que não interfere na fisiologia da planta, protegendo-a contra a escaldadura e reduzindo o estresse térmico. Conforme Marques, os protetores solares são mais utilizados em cultivos de melancia e maçã.
Fonte: Correio do Povo
TAGS: calor, agropecuária, produtividade