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Foto: Sport Club Internacional/Divulgação

28 de fevereiro de 2024

'Não posso me calar', diz repórter que denunciou mascote do Inter por importunação sexual; veja o que se sabe

Gisele Kümpel relata ser alvo de ataques nas redes sociais após registro de ocorrência. Polícia Civil investiga o caso. Internacional afastou funcionário.

A repórter que registrou um boletim de ocorrência por importunação sexual contra o intérprete da mascote do Internacional afirma estar sofrendo ataques nas redes sociais desde que denunciou o caso, no domingo (26). Gisele Kümpel, jornalista do Canal Monumental, diz ter sido abraçada e beijada sem consentimento durante o clássico Gre-Nal.

Gisele falou sobre ter deixado de acessar as redes sociais por conta do "ódio" e da "grenalização", ou seja, quando o assunto acaba desvirtuado em razão da rivalidade entre a dupla Grenal.

— É muito ruim quando as pessoas começam a duvidar, porque tu começas a se questionar: 'nossa, será que eu exagerei?'. Mas tem que pensar: 'não, eu não exagerei'. Eu tenho duas filhas, uma de 12 e uma de 10 [anos]. Eu não posso, simplesmente, me calar e deixar que isso, daqui a pouco, aconteça com elas —, diz.

Na segunda-feira (26), o Internacional anunciou o afastamento do funcionário até o fim das investigações policiais.

O que se sabe e o que falta saber

O que aconteceu

O episódio ocorreu no domingo (25), no clássico Grenal - jogo entre o Grêmio e o Internacional - vencido pelo Internacional por 3 a 2. Gisele conta que a importunação começou no segundo tempo da partida.

De acordo com a repórter, o homem vestido de saci passou a se aproximar e a se colocar no campo de visão dela. No momento do terceiro gol do Internacional, já nos últimos minutos da partida, ela relata que o homem a abraçou e a beijou sem seu consentimento.

— Quando sai o gol, em vez de comemorar com a torcida, ele vem e para do meu lado. Eu estava relatando o lance para o canal e ele vem e me abraça de lado. Fecha os dois braços em mim e fica alguns segundos. Não foi um tapinha nas costas. E ele, com a máscara, vem para me dar um beijo. Senti o suor dele em mim e o barulho do beijo —, conta a repórter.

O que a repórter fez depois do ocorrido

Gisele conta que, depois do caso, que aconteceu nos últimos instantes da partida, ficou paralisada, com o que considera que possa ter sido uma crise de pânico.

— Comecei a tremer. 'Só um pouquinho, ele não pode me abraçar, tem algo errado acontecendo aqui'. Começou a me dar uma crise de pânico, de angústia. Eu paralisei —, relata.

Gisele buscou orientação com Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos (ACEG) e, em seguida, foi à delegacia da Polícia Civil no Estádio Beira-Rio e registrou um boletim de ocorrência contra o funcionário.

O que a Polícia Civil investiga

A Polícia Civil investiga uma suposta importunação sexual. A delegacia responsável pelo caso afirma que solicitou, ao Internacional, imagens de câmeras de segurança e a identificação do intérprete da mascote.

Gisele aguarda o avanço das investigações para pedir uma medida protetiva contra o intérprete da mascote.

O que diz o Internacional

O clube se pronunciou por meio de uma nota, confirmando o afastamento do funcionário.

— Esperando a célere resolução do caso, o funcionário responsável pela mascote e o próprio Clube estarão a disposição das autoridades. Até a conclusão do procedimento, o funcionário ficará afastado da representação do Saci —, diz o clube.

Ainda no comunicado, o Sport Club Internacional afirma "que encaminhou as imagens de seu circuito interno de monitoramento para a Delegacia responsável pela apuração do episódio".

— O Sport Club Internacional manifesta seu respeito ao trabalho de toda a imprensa e repudia todo e qualquer caso em que haja importunação ou manifestação de cunho preconceituoso —, conclui a nota.

A repórter comentou que não foi procurada pelo Sport Club Internacional. O clube reafirmou o posicionamento expresso no comunicado.

Quem é o intérprete da mascote

A identidade da pessoa que interpretava a mascote do Internacional não foi divulgada pela Polícia Civil nem pelo clube, que afastou o funcionário.

Fonte: G1

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