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21 de outubro de 2016
Por uma vaga na final do Enart
Arte e cultura foram ingredientes da apresentação da Invernada de Danças Adulta do CTG Galpão Amigo. A pré-estreia, na noite de 15 de outubro, lotou a sede do CTG.
A pré-estreia dos Galponeiros concluiu os preparativos para a fase inter-regional do Encontro de Artes e Tradições Gaúchas (Enart) que ocorre neste final de semana em Marau. O grupo vai disputar uma das dez vagas da Força B com 25 invernadas de dez regiões tradicionalistas. Ao todo são três inter-regionais que reúnem 30 regiões tradicionalista e classificam 90 invernadas de cada Força para a final em Santa Cruz do Sul, dias 19 e 20 de novembro.
Em Marau, Djienifer Tramontini disputa uma das vagas para a final como intérprete vocal solista feminino; Édipo da Rosa disputa na declamação masculina; os pares, Jean Ferreira Franco e Luriane Ferreira Franco, Édipo da Rosa e Andressa Pereira, disputam na dança de salão.
Na pré-estreia para o público não-me-toquense, Os Galponeiros entraram na pista de danças do CTG para prestar homenagem àquele que foi o responsável pela pesquisa que resgatou e registrou as danças e as vestimentas do povo gaúcho desde sua origem: João Carlos D'Ávila Paixão Côrtes (nascido em Santana do Livramento, 12 de julho de 1927), autor de 11 livros e dez discos com músicas do folclore gaúcho.
Com as músicas e coreografias de entrada e saída que cantam a obra e os feitos de Paixão Côrtes, reverenciando sua importância para a cultura tradicionalista gaúcha, Os Galponeiros, vestiram o chiripa farroupilha, que remota ao período de transição para o traje atual, que é a bombacha, e as prendas começam a usar tecidos mais leves que o algodão bruto, em seus vestidos.
A apresentação das danças contou com a participação especial de Luciano Franco, interpretando Paixão Côrtes.
Mateus da Rosa Keller, 27 anos, que integra a Invernada de Danças desde criança, realizou a pesquisa que resultou na definição da nova indumentária, desenhada por Joni Bilhar. Também serviu para a letra das músicas de entrada e saída, compostas por Aderson Barros de Oliveira.
- A pesquisa resgatando o trabalho do Paixão Côrtes deu muito trabalho, mas valeu a pena, porque nos dedicamos para fazer o melhor – comentou Mateus
A letra da música de entrada é um tributo a uma lenda viva: Paixão Côrtes:
“Desde o mais primitivo fandango
Está escrito nos versos do Laçador
Resgatou a história das tiranias profanas
E dançares do colonizador...”
Também a música de saída de palco, ambas com coreografia de Renato Fisch e direção técnica dos instrutores Luana e Maurício Soares, canta:
“Cada dança é um legado
De um bravo passado que aqui vai ficar
Paixão plantou as sementes
E nós as vertentes pra eternizar...”
ENTRADA
Tributo a uma lenda viva: Paixão Côrtes
Desde o mais primitivo fandango
Está escrito nos versos do Laçador
Resgatou a história das tiranias profanas
E dançares do colonizador
No minueto - requinte esplendor
Filas opostas - triunfo do amor
O tempo passa, se avivam as danças
Nos bailes do interior
As contradanças revolucionaram
Uma nova geração
A roda grande, a estrela de damas
Rodavam pelo salão
Tudo que conto foi eternizado
Uma lição de viver
Paixão Côrtes pelo aprendizado
Só resta agradecer
Por ser Paixão
Alma gaucha com desejo de lutar
Em cada dança, cada passo, te exaltar
Por defender e manter viva a tradição
Que é nossa paixão
Valsas, milongas, vaneiras
Enlaçou o criador
A dança é herança viva
Das mãos do Paixão Laçador
SAÍDA
Dança gaúcha é Paixão
Cada dança é um legado
De um bravo passado que aqui vai ficar
Paixão plantou as sementes
E nós as vertentes pra eternizar
Vou sempre te enaltecer,
Lembrar nos fandangos danças altaneiras
As flores vão colorir
Arcos vão se abrir pra dançar jardineira
Dança é paixão
Dança emoção
Laçando a cultura nesta sina de dançar
No compasso do meu coração
E seguindo esse caminho
O aroma do vinho num só tirintar
A faísca de lambuja
A faca maruja pra eu marujar
A faca maruja do meu marujão
Maruja no ar, maruja no chão
Gaúcha faceira do meu coração
Maruja no ar, maruja no chão
Dança é paixão
Dança emoção
Laçando a cultura nesta sina de dançar
No compasso do meu coração
Os movimentos sagrados
A alma gaúcha sempre vai marcar
Os palcos são nossa vida
Assim é a sina do amor por dançar
Ficará a esperança
Num valsear de emoção
Girando a vida na dança
E os sonhos de mão em mão
Dança é paixão
Dança emoção
Laçando a cultura nesta sina de dançar
No compasso do meu coração
Texto e fotos: Helaine GZ/A Folha
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