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24 de julho de 2019

Criatividade ou controle: caos criativo ou caos generalizado

Valeska Schwanke Fontana Salvador

 O mundo em que vivemos, especialmente com o avanço da tecnologia da informação e comunicação, vivenciado por nós especialmente a partir dos anos 1990, fez com que as coisas mudassem muito rapidamente em pouco tempo. Refiro-me à forma como nos comunicamos, como compramos algo, como nos deslocamos pelas nossas cidades etc.

Ocorre que todas estas mudanças impactam também na forma como nossas empresas funcionam, nos seus processos do negócio e na forma como as lideranças precisam agir para que os resultados necessários sejam atingidos.

Assim, algo que costuma vir à tona, quando nos referimos à gestão estratégica das pessoas e do seu conhecimento é: como equilibrar criatividade versus controle?

O mundo carece da genialidade e da inovação constante. Contudo, como permitir um ambiente extremamente criativo, mas realista ao contexto em que se está inserido?

Compartilho isso com você, pois tomei ciência de um artigo escrito por Simon Horan e Michael Connerty e pubicado pela Harvard Business Review, sob o título: “A boa execução de estratégia exige o equilíbrio de 4 tensões“.

O século XXI, apesar de todos os seus desafios e dinâmicas complexas, tem se demonstrado gratificante para o fomento da criatividade humana. Contudo, permanece, principalmente para as pessoas que exercem a liderança nas empresas: como equilibrar a criatividade versus controle?

Perceba que um dos grandes trunfos da vida é o equilíbrio, ou seja, fugir dos extremos e de sermos sectários. Isso quer dizer, caso queira ser radical, isto é, ir nas profundezas de algo, excelente. Porém, o ser sectário, quer dizer ser fechado(a) a qualquer outra visão que não a sua, é insanidade e desperdício de talentos.

Criatividade é parte inseparável do ser humano

A criatividade é inerente ao ser humano. Pode até ser que alguns sejam mais criativos que os outros. Todavia, criar, inventar, pensar de outra maneira, definir formas e métodos para resolver determinadas situações, está intrínseco em nosso código genético.

No entanto, o que acontece é que em alguns momentos estamos muito presos em nossos próprios modelos mentais. Além disso, não nos desafiamos a evoluir. Também, não reconhecemos a solução para o que desejamos.

Contudo, será que tudo é possível em prol desta engenhosidade de querer inventar e reinventar?

Neste contexto, vamos entender a quarta tensão trazida pelos nossos autores Simon Horan e Michael Connerty, no artigo já citado.

Tensão Criatividade versus disciplina

De acordo com Horan e Connerty (2018), algumas empresas confundem a possibilidade inventiva com a permissão do descontrole. Sendo assim, eles afirmam que, em virtude da criatividade ser estratégica, alguns executivos permitem que as organizações se transformem em um ambiente isento de controle.

Isso quer dizer, que as empresas, no lugar de serem um ambiente fecundo de inovação e criação do conhecimento, passam a se tornar um lugar de libertinagem, não de liberdade. Dessa forma, a “lei” que opera é “façam o que quiserem”, desde que nos tragam ideias novas.

São Paulo, em sua carta aos Coríntios alerta que “tudo me é permitido, mas nem tudo me convém” (Cor 6,12). Essa liberdade, como diz o filósofo Franklin Leopoldo e Silva, é uma das grandes discussões sobre a ética e a responsabilidade.

De outro lado, medidas de extremo controle e parâmetros, podem tolher qualquer ação em prol da criatividade. Afinal, como transformar ou inventar de acordo com definições e metas preestabelecidas?

Pensando nisso é que definimos a seguinte equação: criatividade versus controle = caos criativo versus caos generalizado. Para criar, precisamos de um pouco de descontrole. Quero dizer com isso que precisamos sair das regras impostas e pensar “fora da caixa” para ter algo novo, melhorado e diferente.

O que buscamos nesta “desordem” é o caos criativo, mas não o caos generalizado!

O caos criativo é o que Takeuchi e Nonaka (Teoria da Criação do Conhecimento, 2008), sugerem como uma união entre membros estratégicos, táticos e operacionais.

Os estratégicos definem para onde a empresa deve ir e o que quer alcançar.

Os meios operacionais realizam esse sonho.

Já, os meios táticos resolvem qualquer barreira entre o que querer e o realizar o desejado.

A união de todos estes elementos (estratégicos, táticos e operacionais) torna possível o caos criativo.

Veja, é uma criatividade com controle. Cada um sabe o seu papel e os reais motivos para o seu desempenho. Com isso, há foco e sentido para as inovações e transformações. Evita-se com isso desperdício de recursos e talentos.

Então, como esta relação (criatividade x controle) está ocorrendo na sua empresa? O que é possível ser alterado?

Pense nisso, pois várias respostas surgirão a partir da sua criatividade individual, mas especialmente pela criatividade coletiva, ou seja, com o apoio do seu time.

Autora: Valeska Schwanke Fontana Salvador é CPO e CO-Founder da Conducere Inteligência Corporativa. Mentora, professora universitária e Advisor de Smart Business. Possui especialização em Inovação em Tecnologia Educacional e Design Instrucional/Educacional.

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